#SãoPaulo462anos

Para comemorar o aniversário de 462 anos da cidade de São Paulo, a maior da América Latina, me aventurei numa ferramenta que conheci durante um curso da Escola de Dados. Eis, então, uma linha do tempo que mostra um pouquinho da história e dos lugares aonde podemos ir hoje e conhecer de perto como tudo começou.

Atualmente, resta pouco dos três primeiros séculos da existência da capital paulista. A memória que se tem é recente, basicamente do século 19, e pode ser encontrada em livros, canções e, melhor ainda, em locais que permanecem desde a fundação dessa metrópole, hoje com quase 12 milhões de pessoas.

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Resenha: Os Bebês de Auschwitz


Esse é um dos tantos livros que eu gostaria de ter escrito, tanto pela temática que me fascina, como já contei em outra resenha, quanto por ter sido escrito por uma também jornalista. O final era cada vez tão mais esperado por mim que passei a virada do Natal terminando de ler.

Relatos históricos e biográficos me prendem, e Os Bebês de Auschwitz, publicado em 2015 pela Globo Livros, traz um pouco dos dois ao relatar a história de três jovens, na casa dos 20 anos de idade, que esconderam a gravidez durante a Segunda Guerra Mundial e sobreviveram, mães e filhos. Como dedica a autora Wendy Holden, “[…] filhos, nascidos num mundo que não desejava que eles existissem.”

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Parkour é uma forma de escalar e ocupar a cidade

Um passo largo, um pé na quina da mureta. Outro passo mais largo e é o topo da escadaria. Os dois joelhos são flexionados para amortecer. Tudo isso em quatro segundos.

De maneira simples, parkour é a arte do deslocamento pela cidade e trata de ir do ponto A ao B o mais rápido e eficientemente possível, fazendo o corpo interagir com o espaço público. Nessa lógica, é mais fácil pular obstáculos numa linha reta do que fazer desvios.

Nascido nas ruas, a prática faz os movimentos se integrarem à arquitetura do espaço. Assim, fazer parkour tem relação com reconhecer o território, encarar desafios sempre diferentes — porque um lugar nunca é igual ao outro — e se adaptar a eles.

A gente absorve muito do que o ambiente apresenta de possibilidades, por isso opta por treinar mais na rua do que na academia. É uma questão de você sair da sua área de conforto. – Catiele Senciel, 24 anos.

Parkour tem tudo a ver com as ruas. Além de ocupar a cidade, você fortalece o corpo e a mente. Continue lendo “Parkour é uma forma de escalar e ocupar a cidade”

Como criar metas?

Seja naquele período de transição entre um ano e outro ou nos planos que temos para a vida, certamente você já pensou nas mudanças que gostaria de fazer, seja mudar de carreira, comprar uma casa, fazer uma dieta ou ficar rico.

O que muita gente faz (inclusive eu) é isso, apenas pensa e fala o que vai ou quer fazer, mas não estabelece COMO vai alcançar. É preciso ter de forma evidente o que se deseja, analisar as condições, fazer um plano e estruturar uma boa meta.

Antes de mais nada, vamos diferenciar objetivo de meta:

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Aproveite as oportunidades — quando elas existem

Mais longe foi aquele que tentou e não conseguiu do que aquele que não tentou.

Preciso começar dizendo que falo de um lugar de privilégios. Sou uma mulher branca, que nasceu na periferia leste de São Paulo, numa família bem estruturada que teve condições de pagar escola e faculdade (10% do total neste último caso, devido a descontos por baixa renda e estágio interno). Pude sempre me dedicar aos estudos e recebi todo o suporte familiar nas minhas escolhas. Tenho consciência de que as oportunidades são desiguais — e chegam a não existir para determinados grupos minorizados — e, portanto, falo de aproveitá-las e seguir em frente quando elas são postas à mesa e as condições econômicas e biopsicossociais são favoráveis.

Desse ponto de vista, a frase com que inicio esse texto me parece resumir a vida. Tem outra, que ouvi pela primeira vez da Silvia Cavalli, minha ex-diretora na TV São Judas, que levo sempre comigo: “Tenta. O ‘não’ você já tem”. Isso vale bastante para o jornalismo. Às vezes, você acha que não vai conseguir entrevistar determinada pessoa porque ela é muito ocupada, está sempre rejeitando entrevistas e vive rodeada de fama. Ok, o ‘não’ você já tem, então vale tentar a busca pelo ‘sim’.

Se você tem interesse em algo, tem vontade de fazer alguma atividade, comece dentro das sua condições. O máximo que pode acontecer é dar em nada ou resultar em algo muito bom. Em ambos os casos, é sempre um aprendizado.

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O primeiro prêmio da carreira

No dia 19 de novembro desse ano, fui a Brasília com a jornalista Larissa Valença participar da cerimônia de premiação do Prêmio Undime de Jornalismo, que tem como objetivo valorizar e reconhecer a prática jornalística voltada à identificação e discussão de boas iniciativas municipais na educação básica pública.

Mesmo sabendo que estávamos entre os 13 finalistas (de 202 trabalhos avaliados) e que iríamos ser reconhecidas em alguma posição, ainda me era inacreditável estar ali. Ficamos em 3º lugar na categoria webjornalismo, mais do que eu poderia esperar.

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Jovens surdos: eles vivem numa bolha?

Um dia, vi na TV do metrô uma banda chilena que fez um videoclipe para surdos. Ali estava mais uma forma de inclusão, de chamar para mais perto quem é deficiente auditivo, pois, além de sentir a vibração da música, eles podiam também entender a letra.

Pensando naquilo, tive a curiosidade de saber como é o dia a dia de pessoas surdas, se elas vivem num mundo à parte pela falta de comunicação predominante na sociedade, que é ouvinte. Nasceu aí a pauta e eu resolvi conversar com jovens surdos. Percebi que a dificuldade era mais minha do que deles. Foi enriquecedor. A seguir, a reportagem.

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Resenha: Meu Pé de Laranja Lima

No Natal, às vezes nasce o menino Diabo.

E esse menino, que dizem ter o diabo no sangue ou como padrinho, se chama Zezé, tem de cinco para seis anos de idade, aprendeu a ler bem cedo com o Tio Edmundo e vive fazendo peraltices pela vizinhança. Um dia, ele apanhou tanto que deu dó. Mas ele não é mau, nem tem o diabinho no corpo, apenas não consegue medir as consequências dos seus atos. Inocência de criança.

Nasceu em uma família pobre, tem muitos irmãos, sendo que os mais velhos cuidam dos mais novos. Glória é a que mais cuida, briga e, às vezes, protege Zezé, enquanto ele fica por cuidar do caçula Luis.

Meu Pé de Laranja Lima é, a princípio, um livro de José Mauro de Vasconcelos, publicado em 1968. Depois, a história foi adaptada para televisão, cinema e teatro. Como sempre, primeiro li o livro e depois assisti ao filme, dirigido por Marcos Bernstein, que foi exibido pela primeira vez no Festival do Rio em 2012 e lançado em abril de 2013. Recomendo as duas produções, mas principalmente que leiam o livro.

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Resenha: MAUS, uma HQ sobre o holocausto judeu

Sempre gostei de estudar História e, sem dúvidas, há uma forte ligação entre ela e o jornalismo. Entender o que aconteceu no passado nos faz também compreender o presente, e isso é fantástico!

Entre os vários acontecimentos na história da humanidade, alguns que a gente aprende na escola, um que me chama atenção, me emociona e faz refletir é o holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Gosto de estudar esse tema, assisto a filmes e leio desde os próprios relatos históricos até livros de ficção que mesclam a realidade daquele tempo com acontecimentos inventados.

No segundo ano da graduação, inclusive, tive a honra de escrever o perfil de um sobrevivente do holocausto, o senhor Michel Dymetman. Foi uma oportunidade e tanto! Mas dos vários relatos autobiográficos sobre o holocausto, quero apresentar hoje um que tem formato diferente: MAUS, uma história em quadrinhos.

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Eu resolvi entrevistar jovens surdos (sem saber Libras)

Sem saber praticamente nada da língua de sinais, eu quis conversar com jovens surdos para saber como é para eles se relacionar numa sociedade predominantemente ouvinte.

Embora soubesse uma ou outra coisa da Língua de Sinais, fiquei mega nervosa na hora H e tive de apelar para bilhetes. As pessoas que abordei foram receptivas e pacientes com minha incapacidade. Fiquei pensando se os ouvintes são assim com eles.

Cerca de 5% da população brasileira tem deficiência auditiva, segundo o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São cerca de 9,7 milhões de pessoas e aproximadamente 1 milhão são crianças e jovens até 19 anos.

Fiz aulas de Libras na faculdade com a professora Leliane Rocha e aprendi o que me ajudou minimamente a fazer esse primeiro contato: o alfabeto manual — para dizer meu nome — e, entre outras coisas que acabei esquecendo, a falar “oi” e “eu te amo”, mas isso era nada diante do que eu queria.

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