Quando surge um imprevisto

Imprevistos acontecem, é fato, e como lidar com eles é uma pergunta para a qual o Google me deu cerca de 529 mil respostas em menos de meio segundo. Tem imprevisto para todos os gostos: de vida, financeiro, no trabalho, nos negócios e no casamento. A dica de ouro, que de diferentes formas aparece em todos os cenários, é se antecipar ao que pode acontecer — dependendo do caso, tem até lista de possíveis ocorrências.

Na teoria, é simples: prever o imprevisto te ajuda a se preparar para quando ele acontecer, assim você terá um plano B e saberá lidar de forma mais calma com a situação. Fácil, né? Com essa dose de ironia, digo que não. Um ponto crucial que essas milhares de respostas prontas parecem desconsiderar é a individualidade humana. Deixam de lado também o óbvio, que o imprevisto é essa coisa inesperada, sem previsão.

Desculpa, Google, mas você não tem todas as respostas. Somente quem vive o imprevisto é capaz de descobrir — e desenvolver — a melhor forma de lidar com ele e com as reações advindas dele, seja frustração, indignação ou mesmo a calma.

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Sobre fazer o que faz sentido

Quase cinco anos se passaram desde a última publicação neste blog. Nesse período, fiz o segundo trainee em jornalismo, fui contratada na empresa que tanto desejei, estive fora do Brasil pela primeira vez, morei sozinha, mudei de casa, sofri um acidente de carro, vivo numa pandemia, comecei a fazer psicoterapia… Uma infinidade de outras coisas aconteceram e eu estava sempre pensando em retornar a este espaço. Depois de muito postergar, ter dúvidas e mudar o visual dele, aqui estou.

Volto com poucas pretensões e nenhuma promessa. Calma, eu explico. Isso não tem a ver com falta de confiança e compromisso, mas, sim, é um reconhecimento das minhas capacidades e limitações como ser humano. É estar aprendendo a fazer o que faz sentido.

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Como criar metas?

Seja naquele período de transição entre um ano e outro ou nos planos que temos para a vida, certamente você já pensou nas mudanças que gostaria de fazer, seja mudar de carreira, comprar uma casa, fazer uma dieta ou ficar rico.

O que muita gente faz (inclusive eu) é isso, apenas pensa e fala o que vai ou quer fazer, mas não estabelece COMO vai alcançar. É preciso ter de forma evidente o que se deseja, analisar as condições, fazer um plano e estruturar uma boa meta.

Antes de mais nada, vamos diferenciar objetivo de meta:

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Aproveite as oportunidades — quando elas existem

Mais longe foi aquele que tentou e não conseguiu do que aquele que não tentou.

Preciso começar dizendo que falo de um lugar de privilégios. Sou uma mulher branca, que nasceu na periferia leste de São Paulo, numa família bem estruturada que teve condições de pagar escola e faculdade (10% do total neste último caso, devido a descontos por baixa renda e estágio interno). Pude sempre me dedicar aos estudos e recebi todo o suporte familiar nas minhas escolhas. Tenho consciência de que as oportunidades são desiguais — e chegam a não existir para determinados grupos minorizados — e, portanto, falo de aproveitá-las e seguir em frente quando elas são postas à mesa e as condições econômicas e biopsicossociais são favoráveis.

Desse ponto de vista, a frase com que inicio esse texto me parece resumir a vida. Tem outra, que ouvi pela primeira vez da Silvia Cavalli, minha ex-diretora na TV São Judas, que levo sempre comigo: “Tenta. O ‘não’ você já tem”. Isso vale bastante para o jornalismo. Às vezes, você acha que não vai conseguir entrevistar determinada pessoa porque ela é muito ocupada, está sempre rejeitando entrevistas e vive rodeada de fama. Ok, o ‘não’ você já tem, então vale tentar a busca pelo ‘sim’.

Se você tem interesse em algo, tem vontade de fazer alguma atividade, comece dentro das sua condições. O máximo que pode acontecer é dar em nada ou resultar em algo muito bom. Em ambos os casos, é sempre um aprendizado.

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O primeiro prêmio da carreira

No dia 19 de novembro desse ano, fui a Brasília com a jornalista Larissa Valença participar da cerimônia de premiação do Prêmio Undime de Jornalismo, que tem como objetivo valorizar e reconhecer a prática jornalística voltada à identificação e discussão de boas iniciativas municipais na educação básica pública.

Mesmo sabendo que estávamos entre os 13 finalistas (de 202 trabalhos avaliados) e que iríamos ser reconhecidas em alguma posição, ainda me era inacreditável estar ali. Ficamos em 3º lugar na categoria webjornalismo, mais do que eu poderia esperar.

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