O primeiro prêmio da carreira

No dia 19 de novembro desse ano, fui a Brasília com a jornalista Larissa Valença participar da cerimônia de premiação do Prêmio Undime de Jornalismo, que tem como objetivo valorizar e reconhecer a prática jornalística voltada à identificação e discussão de boas iniciativas municipais na educação básica pública.

Mesmo sabendo que estávamos entre os 13 finalistas (de 202 trabalhos avaliados) e que iríamos ser reconhecidas em alguma posição, ainda me era inacreditável estar ali. Ficamos em 3º lugar na categoria webjornalismo, mais do que eu poderia esperar.

A pauta sobre ensino democrático veio de uma demanda da própria Na Responsa! de abordar educação e esse era um tema com o qual eu queria trabalhar há um tempo. Quando o sugeri, nossa editora Simone Cunha logo pensou no prêmio e botou fé na matéria (e na gente). Larissa e eu mergulhamos em mais pesquisas sobre o tema, encontramos a escola sobre a qual iríamos falar, decidimos o que era importante abordar e que já não tivesse sido divulgado antes.

Em uma semana, fizemos isso. Combinamos de visitar o Cieja Campo Limpo, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, uma escola para educação de jovens e adultos. Acompanhamos de perto um dia na rotina da instituução, conversamos com a diretora, professores e estudantes, estivemos em sala de aula e almoçamos com todos no refeitório.

Depois disso, tivemos mais uma semana para produzir e entregar o texto. Missão cumprida! A reportagem Uma escola em que os alunos têm voz foi ao ar em 17 de setembro, um dia antes do prazo para inscrição no prêmio. A torcida para que desse certo era grande. E deu!

Larissa Valença e eu durante discurso ao recebermos o prêmio. Foto: Undime/Divulgação

Depois de quase 40 dias de espera, foi uma enorme felicidade receber a notícia de que estávamos na final, e a ansiedade até o dia de viajar bateu forte. Chegamos a Brasília no dia 19 de novembro mesmo, o evento contou com um seminário sobre os desafios da educação básica pública e depois a tão esperada premiação. Foi só ali que soubemos a colocação.

Eu tinha uns minutinhos para falar, mas não tinha preparado nada, diferente das outras pessoas que subiram com ‘colinhas’ na mão. De improviso, falei. A voz embargou, mas saiu. Após toda essa experiência, refleti sobre o quão bom tinha sido aquilo. Lari e eu nos formamos no ano passado e já temos um prêmio no currículo. Além de nós, apenas um rapaz estava na mesma condição, o que mostra como é lindo esse jornalismo jovem em ação, acreditando, seguindo em frente apesar de tudo. Os demais profissionais eram mais experientes e de veículos mais conhecidos, como TV Gazeta, O Globo e CBN.

Ver a reportagem sendo premiada nessa jornada que acabou de começar, bem como a iniciativa do Cieja Campo Limpo na voz dos jovens ser reconhecida, dá um gás na gente, nos motiva e faz acreditar que o jornalismo é possível e tem força para levar adiante boas iniciativas.

É muito importante jogar luz sobre os problemas para que providências sejam tomadas, mas é fundamental também mostrar as boas práticas que estão sendo realizadas para que possam ser melhoradas e replicadas.

Meu agradecimento à Larissa por essa parceria de longa data, desde a faculdade. Obrigada Énois e Na Responsa! pelo espaço; Amanda, Nina e Simone, pelo incentivo, apoio, torcida e tudo de bom que vocês oferecem ao jovens.