A ideia era falar sobre ensino democrático e, nas pesquisas, encontrei algumas escolas de ensino fundamental voltadas para essa prática. Porém, me deparei depois com uma escola para jovens e adultos. Me pareceu um desafio a mais, e o trabalho que eles realizam é incrível! A Larissa Valença, que conheço desde a faculdade, veio nessa comigo para mostrar tudo. Espero que a história do Cieja Campo Limpo seja inspiradora não só para educadores e educandos, mas para todos nós!
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O portão fica aberto e qualquer um pode entrar das 7h às 22h30: há idosos, adolescentes, deficientes e menores de idade infratores. Nas salas, grupos de 4 a 5 pessoas estudam por cerca de 2 horas sobre um assunto. Há paredes coloridas, flores e um jardim. Tem também o piso amarelo, um espaço pra fazer nada — e falar sobre isso —, reivindicado pelos alunos.
O Cieja Campo Limpo, uma escola para jovens e adultos, fica num dos bairros mais violentos de São Paulo, o Capão Redondo — segundo lugar no ranking da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo em 2014.
A escola, que era um centro municipal de ensino supletivo (Cemes), começou a mudar há mais de dez anos quando passou a usar os princípios de Paulo Freire para criar um ensino que dialogasse com a realidade das pessoas.